Governo prepara mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida

Veja quais são essas mudanças e como elas podem afetar os beneficiários.

O programa Minha Casa, Minha Vida é uma iniciativa do governo federal que visa facilitar o acesso à moradia para famílias de baixa e média renda. Recentemente, o governo anunciou que está considerando mudanças nas regras do programa para observar o crescimento dos financiamentos de imóveis usados. Neste artigo, vamos explicar quais são essas mudanças e como elas podem afetar os beneficiários do programa.

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Governo prepara mudanças no Programa Minha Casa Minha Vida – Foto: Dênio Simões/MDR

Por que o governo está considerando mudanças?

O principal motivo para as mudanças é o número recorde de contratações no programa, que está pressionando o fundo que financia o Minha Casa, Minha Vida. Em 2024, o programa habitacional deve atingir quase 600 mil financiamentos, abrangendo tanto imóveis novos quanto usados.

Impacto no orçamento do FGTS

O aumento no número de financiamentos está impactando o orçamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que é a principal fonte de recursos para o programa. Em abril, o governo já havia iniciado ajustes nas regras, mas agora será necessário implementar novas alterações para equilibrar os recursos do FGTS e assegurar verba para a aquisição de imóveis novos.

Mudanças propostas

Nos próximos dias, o governo deve tomar medidas adicionais para controlar o crescimento dos financiamentos para imóveis usados. Uma das propostas é aumentar o valor da entrada exigida para financiamentos na Faixa 3 do programa, que é destinada a famílias com renda entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil que desejam adquirir imóveis usados.

Aumento no valor da entrada

  • Faixa 3: No início do ano, as famílias da Faixa 3 precisavam pagar 20% do valor do imóvel como entrada, com um teto de R$ 350 mil.
  • Ajustes em Abril: Devido a um orçamento apertado no FGTS, o governo aumentou a entrada para 25% ou 30% nas regiões Sul e Sudeste.
  • Possíveis Novas Mudanças: O governo está considerando estender esse aumento para todo o país, mas a decisão final ainda não foi tomada.

As famílias de menor renda, com ganhos abaixo de R$ 4 mil, não serão afetadas por essas mudanças. Isso significa que o foco das alterações está em famílias que têm uma capacidade financeira um pouco maior e que buscam imóveis usados.

Crescimento dos financiamentos de imóveis usados

Os imóveis usados têm representado uma fatia crescente dos contratos do Minha Casa, Minha Vida. Este ano, eles devem corresponder a mais de 30% dos 600 mil contratos do programa. Em comparação, essa proporção era de 14,3% em 2022 e de 6,25% em 2021. Isso mostra um aumento significativo desde o ano passado, quando a participação chegou a cerca de 25%.

Por que priorizar imóveis novos?

O governo acredita que a compra de imóveis novos gera mais empregos na construção civil. “A gente precisa atender tanto aos imóveis usados quanto a imóveis novos”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho. Ele destacou que, embora ambos tenham suas vantagens, o governo busca um equilíbrio, já que a construção de imóveis novos tem um impacto direto na geração de empregos.

O que muda para o beneficiário?

Para as famílias que fazem parte da Faixa 3 e estão interessadas em imóveis usados, as mudanças propostas podem significar a necessidade de economizar um pouco mais para a entrada. Isso pode tornar o processo de aquisição de um imóvel um pouco mais desafiador, mas o governo acredita que essas medidas são necessárias para garantir a sustentabilidade do programa a longo prazo.

Para as famílias de baixa renda, que não estão na Faixa 3, as regras permanecem as mesmas, garantindo que o programa continue a oferecer acesso à moradia para quem mais precisa.