Cadastro Único: entenda por que a presença física ainda é indispensável | O Cadastro Único é um instrumento essencial para identificar e caracterizar famílias de baixa renda no Brasil. Em 2025, ele abrange famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa, o que corresponde a R$ 759, considerando o salário mínimo vigente de R$ 1.518. Esse sistema é a espinha dorsal de mais de 40 programas sociais federais, estaduais e municipais, garantindo que os recursos públicos sejam direcionados a quem realmente precisa.
O que o Cadastro Único registra?
O Cadastro Único coleta dados como:
- Endereço;
- Composição familiar;
- Escolaridade;
- Renda;
- Condições de moradia.
Essas informações permitem ao governo planejar e executar ações sociais com mais precisão. Com a modernização do sistema, o CPF passou a ser a chave principal de identificação, substituindo gradualmente o antigo Número de Identificação Social (NIS) em diversas funções.
Entenda por que a presença física ainda é indispensável
Apesar dos avanços tecnológicos, o cadastro ainda exige a realização de entrevistas presenciais, geralmente feitas nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Esse procedimento assegura a veracidade das informações e ajuda a evitar fraudes. Em 2025, a Lei nº 15.077 tornou obrigatória a realização de visitas domiciliares para cadastros unipessoais (de pessoas que moram sozinhas), após detecção de fraudes envolvendo registros duplicados.
Comunidades rurais e isoladas são atendidas por mutirões e ações de busca ativa, com uso de dispositivos móveis que registram os dados offline, posteriormente validados em sistemas conectados.
Programas que utilizam o Cadastro Único
Entre os principais programas que dependem do Cadastro Único, destacam-se:
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Bolsa Família: transferência de renda para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza (cerca de 21 milhões de famílias atendidas);
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BPC (Benefício de Prestação Continuada): benefício mensal para idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência (mais de 5 milhões de beneficiários);
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Tarifa Social de Energia Elétrica: desconto na conta de luz para famílias de baixa renda.
A nova plataforma e seus benefícios
A modernização do Cadastro Único, implementada em março de 2025, trouxe ganhos significativos. O sistema agora integra automaticamente dados de outras bases públicas, como:
- Receita Federal;
- Previdência Social;
- Registros civis (nascimentos e óbitos);
- Vínculos empregatícios.
Essa integração automática, similar ao modelo do Imposto de Renda pré-preenchido, reduz o tempo de processamento, minimiza erros e dificulta fraudes — como os 500 mil cadastros duplicados detectados em 2024.
Em 2024, cerca de 6,4 milhões de cadastros estavam desatualizados, o que resultou em suspensões temporárias de benefícios. A nova plataforma ajuda a evitar essas situações, mas mantém a entrevista presencial como etapa obrigatória para novos cadastros e atualizações relevantes.
Além disso, foram capacitados mais de 50 mil operadores em todo o país com cursos online, garantindo uma transição eficiente para o novo modelo.
Documentos necessários para o cadastro
Para realizar ou atualizar o cadastro, é necessário apresentar:
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Responsável pela família (mínimo 16 anos, preferencialmente mulher):
- Documento com foto (RG, CNH ou carteira de trabalho);
- CPF;
- Comprovante de residência (preferencialmente uma conta de luz recente).
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Demais membros da família:
- CPF ou outro documento de identificação (certidão de nascimento para crianças);
- Declarações de matrícula escolar (opcional, mas recomendada).
Para pessoas sem documentos, o cadastro pode ser iniciado, mas a regularização é exigida para a liberação de benefícios.
Famílias em vulnerabilidade extrema, como pessoas em situação de rua, recebem atendimento especial, com adaptações no processo e prioridade no atendimento.
Aplicativo Cadastro Único
O aplicativo Cadastro Único, disponível para Android e iOS, permite:
- Consultar dados;
- Emitir comprovantes;
- Localizar postos de atendimento.
No entanto, não é possível fazer o cadastro completo ou atualizações complexas pelo app. Para alterações simples, como confirmação de dados inalterados, o aplicativo pode iniciar o processo, mas a validação final ainda exige presença no CRAS.